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2020 foi um divisor de águas para o mercado de TI. O início da pandemia do covid-19 foi crucial para áreas e profissionais de tecnologia, pois acelerou projetos que estavam engavetados há muito tempo ou que não eram prioridade nas empresas. Nesse sentido, muitas delas sofreram para se adaptar rapidamente, já que não estavam preparadas para a alta demanda de TI. A aceleração dos projetos e investimentos em tecnologia obrigou também profissionais de todas as áreas a desenvolverem mais suas habilidades digitais.

A adoção de novas tecnologias, softwares, plataformas, sistemas, automações e máquinas foi necessária para a continuidade das operações, prestação dos serviços, atendimento ao cliente e trabalho remoto dentro da casa dos colaboradores. "Com essa transformação digital nas organizações, a tecnologia passou a estar no centro de desenvolvimento dos negócios”, destaca Luana Castro, Gerente de Recrutamento para Tecnologia na Michael Page, que indica neste artigo
os desafios da área para o próximo ano, a demanda de contratação em alta e como os profissionais devem se preparar.

O profissional de tecnologia para 2021

Tecnologia é um mercado que já vinha em crescimento nos últimos anos e foi acelerado ainda mais em 2020. “A área, que antes era encarada basicamente como suporte ao business, agora é tida como investimento e desenvolvimento para o negócio”, conta Luana.

É esperado que o profissional seja aquele que conecta a tecnologia às equipes, que conhece do business da empresa, viabiliza o crescimento do negócio e participa das decisões estratégicas. O escopo do profissional de TI vai muito além do suporte às outras áreas, desempenhando um papel de protagonista na linha de frente das soluções de produtos e serviços. “Ele saiu de trás do computador, do backoffice, para ir para o front”, diz Luana. Habilidades voltadas ao negócio, gestão de pessoas e comunicação se tornaram essenciais.

Por ser um mercado que só evolui, o profissional de tecnologia deve ter consciência em relação à sua carreira. “É preciso ter cuidado em seguir a demanda de projetos conforme vão surgindo, sem pensar muito no desenho da carreira, se o que está fazendo hoje fará sentido para o amanhã. Há profissionais com muitos cursos e formações que não fazem sentido entre si. Tem tanta coisa nova acontecendo que o profissional acaba perdendo o foco. Não vai faltar oportunidade, então é preciso pensar em que mercado quer estar”, alerta.

Atenção aos desafios:
1. A tecnologia evolui numa velocidade mais rápida do que as pessoas conseguem se capacitar. O profissional de tecnologia deve aprender o tempo todo e os mais preparados para atender as necessidades das empresas serão requisitados. “É muito fácil ficar ultrapassado, por isso a habilidade de autogerenciamento é tão importante para o profissional de tecnologia que quer se manter competitivo”, diz Luana.

2. O domínio do idioma estrangeiro continua sendo uma das maiores dificuldades de acesso a tecnologias de fora. O profissional deve ter foco no inglês para estar sempre alinhado com o que há de mais novo em sua área. “Quem não domina inglês perde muita oportunidade para atuar em outros países”, comenta ela.

3. É preciso aprender a trabalhar em Squads (modelos ágeis de equipes multidisciplinares que atuam por projeto), fazendo contribuições em outras áreas e dando abertura para receber feedback também.

Cargos e setores em alta

"Nessa adaptação rápida que as empresas tiveram que passar e com a visão de futuro que temos, houve e haverá troca de profissionais nas equipes e heads de áreas que não estão dando conta de fazer a transformação digital acontecer. A busca está maior para profissionais mais experientes que  á entram na empresa entregando resultado. Por serem profissionais sêniores, os salários estão mais altos”, conta Luana.

Cargos em alta: engenheiro de dados, cientistas de dados, diretores de tecnologia, CTOs, engenheiros de software back, front e mobile, especialistas e gerentes em segurança da informação e LGPD.

Áreas em alta

  • Engenharia de software e desenvolvimento: estimula melhoria para o negócio e há  novas tecnologias o tempo todo para a criação de produtos, soluções, plataformas etc.  para back end, front end e mobile app. Nesse sentido, o papel de especialista em uma  tecnologia só está perdendo espaço. Espera-se menos profissionais especializados e  ais dos que sejam capazes de olhar para o todo.
  • Dados: alto crescimento para business intelligence, data science e analytics. A importância dos dados para o crescimento estratégico e tomada de decisão é tão grande que essa área é a grande aposta para os próximos 2 anos. Muitos profissionais do meio acadêmico e de pesquisa, como matemáticos, físicos e estatísticos, estão migrando para o corporativo.
  • Segurança: área que apresentou crescimento em 2020 e virá com ainda mais força no próximo ano por conta do crescimento das operações digitais, serviços na nuvem, entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados e os debates mais aquecidos sobre privacidade.

 

Setores em alta

Bancos, meios de pagamento, fundos de investimento, varejo com implantação de soluções digitais, e-commerce, marketplace, logística, consultorias e serviços em geral, além de tudo o que for tech como health tech, fintech, insurance tech, edtech, agrotech etc.

Remuneração e benefícios

Com o trabalho remoto, há cada vez mais posições para o profissional de tecnologia concorrer, inclusive oportunidades fora do país para ganhar em dólar e euro. A remuneração por hora também aumentou devido à terceirização de projetos. Planos de stock option, em que o colaborador pode adquirir ações da empresa, têm sido cada vez mais praticados em startups. Com o mercado aquecido, alta demanda de trabalho e profissionais competitivos, as empresas estão revendo também a flexibilização de benefícios em dinheiro para que o colaborador possa investir em cursos e equipamentos que desejar.

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